EUA autorizam uso de minas terrestres norte-americanas pela Ucrânia
20/11/2024
Secretário de Estado dos EUA disse que minas ajudarão a conter avanço de tropas russas em frentes de batalha. Aval dá sequência à autorização por Washington que Kiev utilize mísseis para atacar território russo. Forças russas detonam minas em campo minado
O governo dos Estados Unidos permitirá que a Ucrânia use minas terrestres fornecidas por Washington contra forças da Rússia, anunciou nesta quarta-feira (20) o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin.
A autorização ocorre na sequência do aval também dos EUA para que Kiev utilizasse mísseis de longo alcance fornecidos pelos norte-americanos. Na terça-feira (19), a Ucrânia fez o primeiro ataque a território russo utilizando os artefatos.
A Rússia já vem usando minas terrestres na Ucrânia.
Austin disse que os tipos de minas que Washington fornecerá a Kiev são uma forma de desacelerar as tropas terrestres russas, que, atualmente, estão avançando mais em campos de batalha.
"As minas terrestres que forneceremos a eles são do tipo que não são persistentes, que podemos controlar quando elas se autoativariam e se autodetonariam, e isso as torna muito mais seguras, disse o secretário de Defesa norte-americano.
Minas terrestres não persistentes geralmente requerem baterias, e, por isso, com o tempo elas se tornam incapazes de detonar, tornando-as mais seguras para civis inocentes do que as que permanecem mortais por anos.
Placa alerta para presença de minas terrestres em terreno de Kherson
Murad Sezer/REUTERS
Austin afirmou ainda que a Ucrânia também está fabricando suas próprias minas terrestres antipessoais — EUA já fornecem à Ucrânia minas terrestres antitanque. As usadas pela Rússia não são persistentes. Ou seja, não se tornam inertes com o tempo.
Dimensão internacional
ATACMS: os mísseis americanos que a Ucrânia poderá usar contra a Rússia
Nas últimas semanas, a guerra na Ucrânia assumiu uma dimensão internacional com a chegada de tropas norte-coreanas para ajudar a Rússia no campo de batalha. Segundo Washington, esse novo movimento motivou a mudança de política de Biden em mísseis de longo alcance, o que irritou o Kremlin.
Como responta, na terça-feira (19) o presidente russo Vladimir Putin flexibilizou os parâmetros para o uso de seu arsenal nuclear, com uma nova doutrina que permite uma potencial resposta nuclear de Moscou até mesmo a um ataque convencional à Rússia por qualquer nação apoiada por uma potência nuclear.
Isso poderia incluir ataques ucranianos apoiados pelos EUA.